Venho à janela fumar um cigarro e olhar para a rua, inteira, cheia de carros, mas que nem assim se desmancha. Venho à janela ver o mundo a correr, de cigarro na mão. As luzes acabaram de aparecer, a noite acabou de cair. Dentro de casa é noite há muito tempo. Sentamo-nos os dois, ao lado um do outro no sofá. Passas a tigela com as pipocas para mim, e eu devolvo-tas logo a seguir. Não dizemos nada. Prometemos silêncio, mas essa promessa tomou um rumo que eu não queria e tu não planeavas. Passou a existir demasiado silêncio neste espaço que vai de mim a ti, e te traz para mim. Passei a procurar por ti e a encontrar apenas uma coisa: silêncio. Não vais entender se te disser que não entendo isto. Falo, mas não te ouço. Quero ouvir-te, e tu não falas. E como silêncio mais silêncio, silêncio terá que dar, levanto-me. Toco-te ao de leve, mas não espero nada. Nem espero que me chames, que me sintas a falta. Venho à janela porque também me faz falta libertar-me de ti, prender-me só depois, mais tarde, e ficar a ver as luzes aparecerem e desaparecem e a noite a chegar e a ir-se embora, com um cigarro na mão.
Que palavras lindas, inês <3
ResponderEliminaré lamentável querida, oh :x
ResponderEliminarde nada <3
dizer que gosto disto é muito pouco.
ResponderEliminarvou seguir, adoro.
ResponderEliminarAdoro, sigo*
ResponderEliminarAdoro, adoro, os teus textos são lindos :)
ResponderEliminarmas que belo...sempre
ResponderEliminarnão tens de quê, doce inês.
ResponderEliminaroh, de nada!
ResponderEliminarDe nada (:
ResponderEliminare que lindo que está sempre.
ResponderEliminargostei bastante, sigo
ResponderEliminarmais que lindo
ResponderEliminarLindas tuas palavras. ADOREI esse em especial. :]
ResponderEliminarcheira a inverno, cheira tão bem a neve de fundo do teu blog.
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