Senta-te comigo no jardim, sobre a relva, ou então leva-me a passear pela cidade. Pela cidade inteira. E por cada rua que atravessarmos, por cada esquina que cruzarmos, vou esperar que me contes um segredo. Vou esperar que me digas algo que me faça perceber, no fundo, o que ando eu aqui a fazer – sentada na relva ao teu lado, a passear pelas ruas da cidade e a ouvir histórias e segredos contados por ti. Que eu nem sei, eu nem sempre sei. E quero saber, perceber, conseguir dizer, de que somos feitos. O que é que nos faz? Somos assim porquê? Quero encontrar razões, quero que me expliques e me desenhes aquilo que eu não sei entender. Desenha-me um coração, faz-me perceber que gostas de mim. Ou não desenhes, diz-me apenas. Dá-me a mão, diz que me proteges. Fica comigo. Depois eu já vou perceber o que ando eu aqui a fazer, a passear pelas ruas da cidade, a ouvir histórias de ti e segredos que só me contas a mim, a interpretar os teus desenhos e a ouvir-te dizer: eu protejo-te, eu fico contigo.