Ele vem aí, mas não te importes. Não o impeças. Deixa-o vir. Deixa-o ficar. O tempo ajuda-nos quando precisamos de estabelecer as nossas regras. Quando tens que dizer é isto que eu quero! ou eu quero tudo, mas isto não!, o tempo ajuda-te. Quando tens decisões importantes para tomar, convém que olhes para trás, que contes com o tempo. Ele vai ajudar-te a perceber. Aqui erraste, não podes voltar a fazer. Se olhares para trás, o tempo que passou vai ser teu amigo. Nem sempre é bom desfazermo-nos do passado. Às vezes precisamos dele, para não repetirmos os mesmos erros, para não voltarmos a sofrer pelas mesmas razões. Precisamos do passado e do tempo. Se desta vez te correu bem, podes tentar outra vez da mesma maneira, ou podes arranjar outro atalho qualquer – desde que não fujas aos teus ideais, às regras que já pré-estabeleceste, aquilo que já és tu. Deixa vir o tempo. Deixa que ele se chegue a ti e te aconselhe. Não o mandes embora, não penses que tens em ti todo o poder. Deixa que ele venha, e deixa-te ir. Mantém os pés ali à frente, em cima do banco. Vês como ficam tão bem ao lado dos meus? Quando o tempo vier, podemos ficar aqui. Ou ali. Quando o tempo vier, quero ficar contigo, e dar tempo ao tempo, tendo todo o tempo do mundo. Para ti, para te ter tão bem, tão leve.