Hoje é Segunda, e está muito frio. Já saí de casa, de manhã bem cedo, para passear e comprar pão. Não o vou comer, afinal. Saí de casa, com o meu casaco mais quente, e com o coração aberto para todas as coisas boas que pudesse encontrar. Casais apaixonados, idosos de mãos dadas, crianças a rir e a brincar na neve. Encontrei de tudo, mas não te encontrei a ti, aqui. Agora já estou em casa. Assim que cheguei, enfiei-me dentro da cama. Os lençóis estão frios, e eu sinto os músculos das minhas pernas a mexerem-se, a chatearem-se. Já bebi a chávena de café bem quente que trouxe para o quarto. Agora pousei-a na mesa-de-cabeceira, e vou ficar aqui. Não sei do tempo, nem das horas, nem sequer dos dias. Que dia é hoje? Vou ficar aqui, sentada e deitada, a olhar lá para fora a ver o mundo a correr e a ter saudades tuas. Tenho sempre mais saudades tuas nestes dias assim. O calor leva-te, o frio traz-te. Ter sempre algo para fazer, deixa-me arrumar-te lá ao fundo, e o estar sem fazer nada traz-te sempre cá para a primeira fila. As minhas saudades tuas, nunca desaparecem, vão apenas adequando-se a mim, aos meus dias, àquilo que quero e àquilo que abomino. Adequam-se, variam, alteram-se, mas não deixam de existir. Estão sempre cá, porque tu também nunca deixas de estar.
tu matas-me com isto, trenga. vi-me tanto aqui, adoro. "O calor leva-te, o frio traz-te. Ter sempre algo para fazer, deixa-me arrumar-te lá ao fundo, e o estar sem fazer nada traz-te sempre cá para a primeira fila." <3
ResponderEliminaridentifiquei-me muito com isto, infelizmente (ou felizmente)
ResponderEliminarque lindo ines,que lindo
ResponderEliminare estou-te a seguir no twitter :)
ResponderEliminaré tão bom ler o que escreves
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