18.6.11

Há momentos em que não sei nada de mim. Não sei de onde venho, nem para onde vou. Mas sei que estou aqui, mesmo não sabendo quem sou. Procuro-te a ti, espero que estejas por perto. Mesmo não podendo dar-me as respostas que preciso de encontrar, ajudas-me a tornar tudo certo. Há momentos em que não me encontro na chávena de café, na página rasgada do meu caderno que ainda hoje guardo nem nas cartas que me escreves e que, por isso, eu julguei encontrar-me lá. Sempre lá, porque me escrevias e escreves com todo o amor que bate ao mesmo tempo que o teu coração. Há momentos em que deixo o coração de molho e aviso-o de é que provável que fique engelhado e diferente, porque vou deixá-lo dentro de água durante algum tempo. Há momentos em que deixo de ter tempo para olhar de frente para o espelho. Nesses momentos, evito também deitar papéis fora e lembrar-me do passado. Procuro o presente, e o que tenho dele. Sei que tu estás lá e me conheces, mesmo quando até eu não sei quem sou. Tu estás lá e agarras-me, mesmo quando eu me quero deixar cair. Tu estás lá e dizes-me: vou ficar contigo, mesmo quando eu só quero ficar sozinha. Tu ficas comigo. Ficas sempre. Tu estás lá e dás-me água, mesmo quando eu te digo que não tenho sede. Tu estás lá e dizes-me: vamos por ali, mesmo quando eu perdi o meu caminho, o meu rumo, a linha que eu tracei para ser a minha. 

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