19.6.11

arsvivendi:

untitled by valitova on Flickr.
Talvez não faças ideia da quantidade de vezes que escrevo para ti, sem que tu saibas, sem que te mostre. Ou talvez até faças, porque já te falei nisto muitas vezes. Escrevo para ti, porque para mim é muito mais fácil. Escrevo para ti, porque isso te traz para o pé de mim outra vez. Quando te escrevo imagino que ainda estás aqui e consigo sorrir nos minutos em que escrevo, e isto acho que nunca te tinha dito. Há sempre coisas que nunca dizemos, até ao dia em que não precisamos de esconder mais. E nesse dia podemos falar, dizer tudo, tirar as máscaras e mostrar tudo o que até ali quisemos esconder. Espero que tenhas noção que tu és uma das pessoas a quem eu gosto de mostrar um bocadinho todos os dias. Não gosto de me esconder de ti. Não gosto de ter que me esconder de ti. Mas, com o tempo, aprendi que às vezes tenho que me esconder de ti, mais que não seja para te proteger. Há dias em que aprendes coisas assim, e aprendes a construir as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. E é também por isto que eu te digo: concentra-te no hoje, esquece o passado e não penses mais no futuro. Aliás, no outro dia, ouvi uma frase sobre isto na televisão de que gostei muito, e agora tenho muita pena de já não me lembrar dela. De nada te vale planeares o futuro se no presente te esqueceste de estabelecer as tuas metas, os teus ideais; de quem queres contigo, onde queres ir e com quem queres ir. Há outros dias em que aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes, e é também nesses dias que me escondo de ti, que me escondo do mundo, porque preciso de recuperar e mais ninguém o consegue fazer por mim. E depois há ainda os dias em que eu só preciso que me ofereças as palavras certas no momento certo, e me digas que vai ficar tudo bem. Espero também que nunca te esqueças que, mesmo que eu te responda mal, que eu seja torta, que eu esteja sem paciência e responda a tudo menos ao que me perguntaste, continuas a ser um dia bom. Portanto, planta o teu jardim, decora a tua alma, e podes também esperar que alguém te traga flores. Eu levo-te flores, e posso também levar sorrisos, palavras, e uma mão com muita força para agarrar a tua. Não me deixes, que eu também preciso que a tua mão tenha muita força para agarrar a minha.

5 comentários:

  1. Tu, e os teus textos lindos.
    Eu, e o gostar muito de ti.

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  2. oh inesinha. se soubesses como escreves tao, mas tao bem <3

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  3. Gostei imenso do texto, como costumo gostar sempre. :)
    Olha, eu alterei o mail do meu blog e dava-me imenso jeito que me enviasses um convite para poder ler o teu blog. É que queria deixar de usar o outro mail. Se puderes envia-me para: marianitaah@gmail.com
    Obrigada :)

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