Disseram-me baixinho: Inês, tens ali lugar. Estávamos a onze do mês de maio do ano de dois mil e onze, era de tarde e voltávamos a casa depois de um dia tão comprido e tão bom. Eu fui. Subi as escadas, muito devagarinho, com medo que acontecesse alguma coisa com o comboio àquela velocidade e eu desastrada como sempre. Quando olhei para a frente, vejo um rapaz muito bem parecido, com o cabelo claro e uma cara muito bonita, a desviar a mochila dele e a dizer: Senta-te aqui. Eu agradeci e sentei-me à frente dele. Ele estava a conversar com um amigo que estava sentado do outro lado, e de vez em quando sentia o olhar dele a cair sobre mim e sentia-me estremecer. Não percebi porquê, não soube porquê e ainda hoje não sei. E sabes, também não sei porque é que só agora é que te estou a contar isto, mas digo-te com muitas certezas que esta é uma daquelas vezes em que não sabemos porquê e isso sabe-nos bem. Muito bem. Tão bem. Sabe-me bem encontrar sorrisos como o dele, simpatias como a que ele teve para comigo. Sabe-me bem encontrar pessoas assim, no meio do nada, sem esperar, sem querer. Se tivéssemos combinado, planeado, ansiado aquele momento, nunca teria acontecido de uma maneira tão boa, tão verdadeira.
gosto tanto de rapazes do comboio. e não podia concordar mais com "Se tivéssemos combinado, planeado, ansiado aquele momento, nunca teria acontecido de uma maneira tão boa, tão verdadeira." e sabes, ainda gosto mais de ti.
ResponderEliminarOh, que bom momento esse.
ResponderEliminarAdoro os comboios muito em parte devido às pessoas que nele viajam e que eu observo. Gosto de observar as pessoas. E claro que é sempre bom ter momentos como esse :)
Oh muito obrigada inês ♥
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