12.6.11

pleasantinterruption:

untitled by Aleksandra Kojić on Flickr.
Disseram-me baixinho: Inês, tens ali lugar. Estávamos a onze do mês de maio do ano de dois mil e onze, era de tarde e voltávamos a casa depois de um dia tão comprido e tão bom. Eu fui. Subi as escadas, muito devagarinho, com medo que acontecesse alguma coisa com o comboio àquela velocidade e eu desastrada como sempre. Quando olhei para a frente, vejo um rapaz muito bem parecido, com o cabelo claro e uma cara muito bonita, a desviar a mochila dele e a dizer: Senta-te aqui. Eu agradeci e sentei-me à frente dele. Ele estava a conversar com um amigo que estava sentado do outro lado, e de vez em quando sentia o olhar dele a cair sobre mim e sentia-me estremecer. Não percebi porquê, não soube porquê e ainda hoje não sei. E sabes, também não sei porque é que só agora é que te estou a contar isto, mas digo-te com muitas certezas que esta é uma daquelas vezes em que não sabemos porquê e isso sabe-nos bem. Muito bem. Tão bem. Sabe-me bem encontrar sorrisos como o dele, simpatias como a que ele teve para comigo. Sabe-me bem encontrar pessoas assim, no meio do nada, sem esperar, sem querer. Se tivéssemos combinado, planeado, ansiado aquele momento, nunca teria acontecido de uma maneira tão boa, tão verdadeira.

3 comentários:

  1. gosto tanto de rapazes do comboio. e não podia concordar mais com "Se tivéssemos combinado, planeado, ansiado aquele momento, nunca teria acontecido de uma maneira tão boa, tão verdadeira." e sabes, ainda gosto mais de ti.

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  2. Oh, que bom momento esse.
    Adoro os comboios muito em parte devido às pessoas que nele viajam e que eu observo. Gosto de observar as pessoas. E claro que é sempre bom ter momentos como esse :)

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