14.9.11

Mas é por isso que somos assim, que nos conseguimos sentar lado a lado sem dizermos nada. Tu tens aquilo que me falta. Tu não me dizes o que eu quero ouvir, mas sim o que eu preciso de ouvir. Não fazemos favores um ao outro, somos sinceros. E eu quero que sejamos sempre assim. Eu tenho aquilo que te faz falta a ti. Leio-te nas noites de lua cheia, e nas noites estreladas. Ligo-te às tantas da manhã se precisares de alguém que te ouça chorar. Tu vens a minha casa perguntar-me se quero ajuda a fazer o almoço. Colocas cartas à minha porta, tocas à campainha e depois foges. Agora, as nossas mãos estão em cima da mochila que temos ao nosso colo. Coladas uma à outra. Olho para elas, olho para ti. Somos dois, colados um ao outro. E não haveria, não poderia haver outra noite como esta, nem sítio como este, nem mais ninguém como tu.

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