19.8.11

De ouvirmos música à noite, com as chávenas de café no colo e os olhos a namorar a lua. De cantarmos juntos e de me agarrares na mão e me puxares para ti para dançarmos os dois até a música acabar. Mas a música não acabava. Connosco nunca acabava porque mesmo que o cd chegasse ao fim, tu cantavas para mim e dizias que não fazia mal. Eras melhor que os cds, que os namoros da lua, que as chávenas de café. Tu eras todos os dias da minha vida. Ocupavas tudo. Ocupavas o espaço todo, o espaço todo do meu coração, da minha alma, de mim. De mim inteira, que nunca me precisei de me partir aos bocadinhos para chegar a ti. Nunca precisei de ser mais ninguém ao teu lado, porque gostavas de mim sem maquilhagem, acabada de acordar, com as unhas roídas. Mas tu percebias, percebias sempre tudo. Vivemos mil anos juntos depois de nos encontrarmos para sempre nas ruas da tua cidade.

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