7.3.11

meu amor pequenino.

atomos:

83940016 (by alina chi)

Olá, meu amor pequenino. Como estás? Eu estou aqui sentada, nas cadeiras em que tu nunca te sentaste, na casa a que tu nunca vieste. Estou aqui, com as calças do pijama, uma t-shirt branca e grande vestida e um casaco preto porque está muito frio. Está muito frio outra vez, já viste bem? Gostas do frio? Acho que não. Não és como eu. Eu gosto. Gosto do frio, gosto da chuva às vezes. Gosto de muita roupa, gosto de lareiras acesas, gosto de abraços teus para ficarmos mais quentinhos. E agora estou aqui, sentada, muito sossegadinha, a ouvir música e a pensar em ti. Há muitas músicas que me lembram de ti. Tu não sabes, ainda não sabes, mas é verdade. E eu prometo que, quando tu cresceres e quiseres ser o meu amor maior, te conto tudo. Quando fores maior, eu vou passear contigo. Vou levar-te a um parque, daqueles grandes, em que vemos relva por todos os lados. Vou sentar-me contigo num banco, e vou lembrar-te de quando eras pequenino e só querias correr de um lado para o outro. Quando fores maior, vou levar-te à feira, e vou comer algodão doce contigo. Vou lambuzar-te o nariz de açúcar, e depois vou deixar que me dês muitos beijinhos nas bochechas como agora dás. Prometo-te que quando fores grande te conto todos os segredos que tenho comigo agora, todas as ideias que te queria contar mas que guardo para mim por ainda não perceberes. Prometo que depois te conto tudo. E se não forem as coisas de agora, serão outras quaisquer. Não importa quais sejam, importam apenas que sejam. E ser, tu sabes o que é ser? Deves fazer uma pequenina ideia. E já que agora falei nisso, prometo-te que quando cresceres que te vou contar tudo isso de ser. Prometo-te, numa daquelas promessas em que cruzamos os dedos e damos um beijinho. Tu sabes. Já fizemos muitas promessas destas. Prometo-te isto e mais, e tu já sabes que são mesmo promessas. Eu não falto a promessas, muito menos quando as fiz a um amor pequenino como tu. Conheces-me bem. Sim, digo conheces porque apesar de não te ver há muito muito tempo, eu tenho a certeza que ainda não te esqueceste de mim. E sorrio a cada vez que me lembro de ti a correr para mim, a gritar o meu nome, só para te dar balanço no baloiço. A cada vez que te vejo a chamar-me para te ir atar o sapatinho, a cada vez que te vejo a sorrir para mim, ou a cada vez que te vejo a esticar os braços a pedir-me que te agarrasse ao colo. A cada vez que me lembro de fazeres birra para eu te dar o comer à boca, a cada vez que te vejo a correr que nem um perdigoto pela relva lá de casa, a cada vez que te vejo muito sossegadinho sentado no sofá a ver os desenhos animados. A cada vez que te vejo, como se estivesses mesmo à minha frente, agarrado ao meu pescoço, a dar-me muitos beijinhos e a dizeres o meu nome sem parar. Sorrio muito, mas tu não sabes. Não te vejo há muito tempo, e tenho muitas saudades tuas. Estás quase a tornar-te um amor maior, não é, meu amor pequenino? Nunca me esqueças, que eu também nunca me esqueço de ti. E quando cresceres e quiseres ajuda, quando cresceres e quiseres que te conte isto tudo que prometi, quando cresceres e precisares do que quer que seja, grita por mim. Esteja onde estiver, eu vou ouvir-te. Prometo-te, meu amor pequenino.

5 comentários:

  1. que riqueza, está a coisa mais fofinha de sempre. adorei inês.

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  2. que bonito, adorei *-*

    *obrigada por teres convidado para o blog :)*

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  3. sabes inês? és feia porque devias estar aqui para eu falar contigo e te dar beijinhos na testa. és muito bonita porque me maravilhas com tudo o que escreves. tenho muito orgulho em ti, pequenina.

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  4. Quando o teu amor pequenino for o teu amor maior vai gostar muito de ler o que lhe escreveste, Inês.

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  5. muito obrigada inês. e claro que estou bem, e espero que tu também estejas.
    fofura de post este, inês; mesmo.

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