12.2.11

vamos escrever? até às 23:30.

Às vezes, queria muito que estivesses aqui. Não queria que viesses por obrigação, nem por eu te ter pedido. Queria que viesses devagarinho, queria que viesses por acaso. Até podias vir sem eu te pedir, para me fazer uma surpresa. Podias vir muito cedo, ainda antes de o sol nascer, para que quando ele acordasse eu acordasse também, contigo ao meu lado. Podias preparar-me o pequeno-almoço, e levá-lo até à minha cama. Já sabes que bebo sempre leite frio com chocolate, e torradas ou uma tosta mista. É o que me sabe melhor, logo de manhã, não sou capaz de comer mais nada. Podias deixar a minha cozinha toda desarrumada, não te preocupes que a minha mãe não ralha contigo, para no fim ires arrumá-la e eu não resistir a oferecer-te ajuda. Podias, até pendurar o teu casaco no cabide do hall de entrada, ao lado do do meu pai. Ele não se importaria, ele gosta de te ter cá em casa, e a minha mãe também. Por isso, gostava que viesses mais vezes. Vem. Nos teus dias de folga, visto que agora já trabalhas. Já estás um homem, queres ganhar o teu próprio dinheiro para poderes sair de casa, ser independente. Nunca conheci ninguém que o quisesse tanto como tu o queres. Juro-te. Mas gosto que sejas assim, gosto que lutes pelos teus ideais, gosto que nunca desistas. No outro dia, à hora de jantar, a minha mãe perguntou-me por ti. Quis saber se estavas bem, e se ainda estavas a estudar. Dizia ela que nunca mais te tinha visto. Eu respondi-lhe, dizendo-lhe que agora andavas mais ocupado. Ela perguntou porquê, e eu contei-lhe do teu emprego. Sabes o que é que ela me disse? Acho muito bem, ele é um menino com muito juízo, sempre foi. Não o deixes fugir, filha. E é mesmo por isto que eu luto todos os dias. É por isso que te peço que venhas e que fiques comigo. É por não querer ficar sem ti, por não querer que vás sem me levares, por não querer que te esqueças de quem sou. Vem. Nas terças à tarde, em que ambos temos a tarde livre, porque eu não tenho aulas e tu nunca trabalhas às terças à tarde. As terças são os nossos dias, e não quero que deixem de ser. Vem. Passeia comigo pelo jardim onde vamos tantas vezes, bebe café. Eu prometo que deixo de resmungar sempre que o teu beijo me souber a café. Dá-me a mão, e senta-te comigo no banco que receber mais sol. Fecha os olhos, ao mesmo tempo que eu fecho os meus, quando o sol nos bater de repente na cara. Conversa comigo, e canta para mim. Canta-me uma música bonita, e que tu gostes muito. Não importa o resto. Canta só para mim, e esquece. Depois esquece. Ao final da tarde, voltamos a minha casa, e eu convido-te para jantar. As tuas bochechas fazem-se vermelhas, porque tens um bocadinho de vergonha de estar com os meus pais e não queres incomodar. Nunca incomodas. Eu gosto muito de quando aceitas ficar comigo, até ser noite. Por isso, vem. Vem sempre que eu te convidar, vem sem ser preciso convite. Vem, porque eu gosto de te ter sempre perto de mim.

6 comentários:

  1. este título, como já disse, é mesmo querido. escrito ao mesmo tempo que o meu, até às 23h30. e está lindo, não podia ser de outra maneira. e como sempre, eu adorei <3

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  2. com este meu amigo é a toda a hora. e como estamos sempre juntos não paramos um segundo. :)

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  3. Adorei o post, está magniífico :o
    escreves mesmo muito bem, sabes como pôr os sentimentos em palavras :O para além disso escreveste o q muitas vezes sinto :)

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