gosto verdadeiramente de ti, e tu de mim.

Quando um dia te fores embora, sem olhar para trás, não esqueças que eu e tu tivemos das melhores amizades que alguma vez alguém teve. Não esqueças que te liguei às tantas da noite, para saber se já estavas melhor, porque tinha o coração muito apertado por saber que não estavas bem. Fiz as perguntas mais parvas, a maioria delas na tentativa de te fazer sorrir. Dei-te os parabéns, e tratei-te mal. Fui justa contigo, fui injusta contigo também. Tu foste comigo. Esperavas uma amizade perfeita? Eu não. Nunca esperei uma amizade perfeita, mas o que é facto é que a esta altura a nossa está muito perto de o ser. Chocamos muito um com o outro, porque somos praticamente iguais. A sério. Não digo fisicamente, nem na maneira de resolver os problemas. Mas na maneira de encarar as coisas, as coisas que pensamos quando nos deparamos com certas situações e depois olhamo-nos e sorrimos ao percebermos que estávamos a pensar exactamente o mesmo. E é muito bom, é muito bom perceber-te sem que digas nada. Por isso, quando te fores embora, não esqueças que eu te percebia sempre, mesmo quando ficavas calado. Por isso, peço-te mais uma vez que não esqueças. Não te esqueças que tentei sempre fazer-te sorrir, quando as tuas lágrimas pareciam ser muito mais fortes. Não te esqueças que, mesmo quando não consegui evitar as lágrimas, quis guardá-las comigo. A tua dor foi a minha dor, e o teu sorriso será sempre o meu sorriso também. Discuti contigo, respondi-te mal quando não devia. Fiz tempestades em copos de água, e tu conseguiste acalmar-me sempre. Trataste-me mal, foste injusto comigo, disseste coisas que eu não merecia ouvir. Mas eu desculpei-te, desculpei-te sempre, porque somos amigos e os amigos perdoam. Perdoam vezes demais, porque se são amigos verdadeiros gostam verdadeiramente uns dos outros. Eu gosto verdadeiramente de ti e sei, agora com todas as certezas, que tu gostas verdadeiramente de mim.