se eu quiser ficar, fica comigo.

Quando me falam de abraços, penso inevitavelmente em ti. Não poderia ser outra pessoa, nem outra alma, nem sequer outro coração. A não ser o teu, só o teu. Quando me falam de abraços, lembro-me das saudades que tenho de sentir o teu corpo colado ao meu. E eu sei que estou sempre a falar de saudades, de saudades e mais saudades. Não consigo evitar, porque levaram com elas grande parte da pessoa que sou. Não te vejo há muito tempo. Há muito tempo que não te digo olá, e ainda me sinto um bocadinho culpada por não ter ido ter contigo da última vez que me mandaste mensagem. Desculpa. Naquela altura, não foi nada fácil decidir. Queria ver-te, mas não pôde ser. Só me iria fazer mal, e não era por ti. Há coisas que temos que guardar, e só revelar depois. Um dia explico-te, prometo. Às vezes canso-me de escrever textos assim para ti. Nunca leste nenhum. Nunca tive coragem para te mostrar, nem vou ter, mas quando me falam de abraços eu penso inevitavelmente em ti. Durante o ano que passou, foste o meu maior pilar. Seguraste-me quando estava quase a cair, fizeste-me sempre sorrir. E a cada vez que penso em nós os dois, sorrio muito, porque somos uma amizade e tanto. Cada vez que penso em nós, cresce-me um orgulho enorme cá dentro. Fomos tudo, somos tudo e seremos sempre. Conheço-te desde que me conheço a mim. E se pudesse voltar a uns tempos atrás quando me dizias na brincadeira que ias para a mesma que escola que eu só para me veres todos os dias, eu pedir-te-ia: Para onde quer que vás, leva-me contigo. E se eu quiser ficar, fica comigo. Não me riria das vezes que disseste que querias ficar sempre comigo, que não irias aguentar as saudades, porque hoje sei que é verdade. Mesmo verdade. Nós somos dois rebuçados de morango numa embalagem grande de rebuçados com sabor a limão. E eu gosto de ser assim contigo, como não sou com mais ninguém.