Já imaginaste bem? Vamos sair daqui, vamos conhecer novos sítios juntos. Tu conduzes, eu deixo. Deixo que me leves para onde tu quiseres, e nem reclamo. Sinto-me livre, por instantes, entregue a ti. Sinto-me bem quando estou contigo, quando sinto que estou dependente de ti, mas que nada vais fazer para me magoar. Só queres o meu bem, só queres que eu chegue sã e salva ao destino escolhido. É bom estar contigo, sem saber o que são saudades de te ter. Porque nunca tive saudades de te ter, nem tu. Sempre estivemos juntos, lado a lado, sem nos largarmos. Nunca passaram mais do que dois dias sem que estivéssemos juntos. Por um lado, sei que isso é bom, porque a distância nunca se interpôs entre nós e nunca nos causou nenhum problema. Mas por outro, eu sei que é mau, porque se algum dia nos tivermos de separar, vai ser muito pior. Porque nunca estivemos separados, nunca vivemos essa experiência, nem sabemos o quanto custa. Tudo tem um lado bom, tudo tem um lado mau. É sempre assim, é a lei da vida. Mas sabes? Acho que quero continuar a viver por aquele que é o lado bom. Talvez um dia, venha a mudar de ideias, mas é assim que eu penso agora. Não me vejo longe de ti, não quero pensar nisso, sequer. É tão bom ter-te, sentir-te, tocar-te. Sento-me ao teu lado, abro o vidro do carro, deixo que o vento entre pela janela e me refresque o rosto. Sabe tão bem sentir o vento entrar, a tocar no meu rosto, e despenteando-me o cabelo. Eu sei que gostas de me ver assim. Achas que eu fico muito melhor despenteada. Gostas de mim ao natural, e eu gosto tanto de saber que pensas assim. Faço-te uma festinha no braço, e tu sorris para mim. Tens o sorriso mais encantador de sempre, e as covinhas na bochecha. Oh, god! Apetece-me encher-te de beijinhos, e cócegas, também. Gosto de fazer-te cócegas, e ver como te desmanchas a rir. Segues viagem, muito concentrado no que estás a fazer, salvo as raras escapadelas em que olhas para mim. Eu sei que olhas, eu sinto, mas não te olho de volta. Gosto de me sentir desejada, nem que seja só um bocadinho. Gosto que me observes, que queiras descobrir cada cantinho de mim, cada parte, cada poro. Depois desvias o olhar, e sorris. Às vezes, gostava de entrar na tua mente e conseguir saber no que estás a pensar. Não conheço o caminho, e pergunto-me para onde me levarás. Agrada-me o facto de me guiares, de me levares para onde me quiseres levar, sem que eu possa dizer algo. De repente, sinto o vento a abrandar, o carro a parar. Tu a olhares para mim, e pedes que me chegue para junto de ti. Eu chego-me para ti, e tapas-me os olhos com uma venda. Eu resmungo, dizendo que não acho graça nenhuma àquilo, mas tu nem queres saber. Sais do carro, vais até à minha porta, e ajudas-me a sair. Dás-me a mão. Agarras nela com força. Sinto-te perto, tão perto. Caminhamos durante minutos, não sei quantos. Não interessa. A teu lado, todo o tempo parece pouco. Todos os minutos parecem injustos. Chego a pensar, não sei se pensarás no mesmo, que contigo serão precisas não sei quantas vidas para viver tudo como deve de ser. Porque vai existir aquele beijo que não demos, aquele amo-te que não dissemos. Vai existir todo o tempo que queríamos que esticasse, para não termos que ir embora tão cedo.
está lindo, lindo mesmo *.*
ResponderEliminarnão, é ficcional querida mas bem que podia ser verdade.
ResponderEliminareu fujo sempre mas pronto :x
ResponderEliminarEscreves muito bem Inês. :)
ResponderEliminarestá tão bonito, a sério, adorei :)
ResponderEliminarp.s: é verídico?