31.8.10

79.


Um dia, quando menos esperares, o amor vai bater-te à porta. Vai querer entrar, mas tu vais dizer que não podes porque já estavas de saída. E onde ias tu, para desprezares o amor e o deixares plantado à tua porta? Não sabes, não fazes a mínima ideia, mas vais. Queres ir, e queres deixar o amor sozinho, à porta de casa. E então vais, sais de casa, e nem sequer olhas para trás. Vais até ao centro comercial, vês muitas montras e algumas peças de roupa chamam por ti. Não lhes resistes, e resolves entrar para experimentar e ver se ficas bem com elas. E ficas, claro que sim. És linda, com qualquer peça de roupa vestida. Sabes que és bonita, sentes-te bonita, mas não gostas que te digam isso. Porquê? Nunca chegaste a perceber isso. Talvez não gostes que o teu rosto e o teu corpo andem por aí, aos sete ventos, sem saberem em que terreno vão pousar. Depois de saires da última loja a que querias ir, regressas a casa. E só quando chegas à porta é que te lembras que deixaste o amor plantado à tua espera. Ele permaneceu no mesmo sítio, porque precisava mesmo de ti. Precisava de falar contigo, e de te contar todas as coisas que terias de saber. Ele tinha uma novidade boa para te dar, mas tu não quiseste saber. Foste às compras, sem querer saber de mais nada. Só agora resolves dar uma oportunidade ao amor, deixando-o entrar.

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