21.8.10

61.

leva-me daqui, eu não quero permanecer neste lugar. eu já nem consigo ser feliz aqui. antes, existiam as idas ao cinema e as noitadas contigo. as tardes em que bebiamos ice-tea de limão ou de manga. em que íamos andar de bicicleta, ou de baloiço, no parque infantil. em que íamos à praia, sem hora fixa para chegar. e nos sentiamos livres. à noite, voltávamos para casa. jantávamos, e depois deitávamo-nos no sofá, na esperança de que um filme interessante passasse na televisão àquela hora. enchias-me de mimos e mais mimos, aquecias-me a alma e enchias-me o coração de coisas boas. até as folhas das árvores pareciam fazer de propósito quando, à noite, aquando da nossa chegada, remexiam-se com força, imensamente agitadas. agora, eu durmo sozinha, todas as noites, com alguém que eu não conheço. porque tu, a pessoa que me ensinou a amar, navegou para bem longe, rumo a um outro porto. quando voltas? é que eu quero voltar a perder-me em ti, vezes sem conta. para, no fim, tu me encontrares e me dizeres coisas bonitas ao ouvido. volta depressa, eu estou à tua espera.

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