tag:blogger.com,1999:blog-35063974591279690692024-02-20T10:01:32.227+00:00deixa-me ficar em tiinêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.comBlogger429125tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-56712369134929210172012-08-04T16:51:00.000+01:002012-08-04T16:51:55.297+01:00<div style="text-align: center;">
</div>
<div>
<div style="text-align: center;">
<img alt="26062_384541969787_772794787_3669091_4348284_n_large" src="http://data.whicdn.com/images/23203604/26062_384541969787_772794787_3669091_4348284_n_large.jpg" /></div>
<div style="text-align: justify;">
As outras pessoas vão e vêm, vão e não esperam, não param porque tu lhes pedes, uma vez, ou outra, não importa quando nem porquê; não ficam mais um bocadinho porque tu precisas, não esperam por ti porque tu perdeste o teu autocarro e assim vais chegar atrasada. Enquanto essas pessoas vão querer chegar primeiro do que tu, eu estou aqui para te deixar ir primeiro. Estou aqui para te fazer ver e crer que a ingenuidade e a verdade que julgamos ver em todas as pessoas nem sempre existe, ou nem sempre está lá, ao de cima, pode estar escondida e bem escondida. Depende. Nem todas as pessoas sabem esconder o que sentem, na mesma medida que nem toda a gente consegue mostrar o que sente, quando está feliz, ou triste, quando lhe dói a cabeça ou quando lhe apetece apenas apanhar ar ou cantar uma música de que mais ninguém se lembraria. Há sempre músicas destas, não é? Acho que todos temos uma música da qual nos estamos a lembrar ao ler isto, e que nos parece sempre despropositada e fora de contexto para as outras pessoas. Mesmo assim, pelo ritmo, pela letra, pelo cantor ou pelas lembranças que lhe temos associadas, ela nunca sai, nunca deixa de existir no nosso ipod, nem deixa de nos fazer trazer sentimentos ao cimo da pele. Eu estou aqui, continuo aqui, para te lembrar que todos estes pormenores de que somos feitos, nós e os nossos dias, e os nossos momentos em que estamos sozinhos, ou rodeados por uma multidão, são aquilo que nos faz pessoas. Boas, más, grandes, pequenas, inteligentes ou egoístas, mas pessoas. Pessoas. No sentido global e inteiro da palavra pessoa. Estou aqui para te ajudar a não perder os pormenores. Estou aqui para que, tal como eu, comeces a ganhar a mania de querer guardar as coisas. Guardá-las sempre. Seja onde for. Mesmo que todas essas pessoas não sejam tu, que não são, não sejam como tu, ou como tu idealizaste, hão-de andar lá perto. Esses pormenores hão-de existir. Existem sempre, até num copo de água: meio cheio ou meio vazio? Meio cheio. Hás-de encontrar um bocadinho de ti em cada pessoa que se cruzar no teu caminho. Um bocadinho de cada vez, devagar, sem pressas, sem pensares que estás a guardar isso dessa pessoa. Quando se percebe que vamos guardar para sempre aqueles olhos daquela pessoa porque nos dizem o que nenhuns outros nos conseguiram dizer, que vamos guardar aquelas palavras ditas no momento certo, que vamos guardar o sol a pôr-se num final de tarde na praia, que vamos guardar aquele gesto, aquele bom dia, aquele assobio, aquela gargalhada e aquele aperto no coração provocado sem intenção, não temos tempo para pensar. Há tanta coisa a acontecer que não há tempo para mais nada. Guarda-se, e acabou. Isto porque há coisas que não é preciso escrever em lado nenhum. Vamo-nos sempre lembrar. Não te preocupes se as pessoas não param para tu passares primeiro, nem deixam a porta aberta para que tu passes logo a seguir a elas, não te preocupes com sorrisos não correspondidos, nem com o último lugar do autocarro. Há-de ser teu. Se não for agora, um dia vai ser. Estou aqui para ficar contigo até esse dia. Até todos os dias. Porque tu não és quem eles são, não o queres ser, não precisas de o ser. És tu. E eles? Mesmo que o tentem nunca conseguirão ser quem tu és. És tu e, mesmo não conseguindo definir ainda tudo o que és e tens para dar, sei que nunca vais ser igual. A nenhum deles.</div>
</div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-22131034486763868422012-06-03T20:02:00.000+01:002012-06-03T20:02:45.174+01:00<div style="text-align: center;">
<img src="http://25.media.tumblr.com/tumblr_lwn332dTqI1r851u1o1_500.jpg" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
Tens aquela magia que eu não sei dizer de onde vem, aquela força que mais ninguém tem, o som do assobio não se assemelha a mais nenhum e o coração não parece ser apenas um. Desdobras-te em dois, em três, chegas a todo o lado sem perceber, um de cada vez, e de certeza que é assim que vais continuar a ser.</div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-79474173227918581142012-04-21T22:26:00.000+01:002012-04-21T22:27:05.841+01:00<div style="text-align: center;">
<img alt="venebelle:
(by FloraPimentel)
" src="http://27.media.tumblr.com/tumblr_m2qy899r391qe6psjo1_500.jpg" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
Desta vez é mesmo assim: há muito tempo. E muito tempo, sabes bem, tem a definição que nós queiramos que tenha. Às vezes parece que não se passa tempo nenhum desde a última vez que nos vimos, que te vi, que me viste, que te abracei sem braços e sorri sem mexer os lábios. Às vezes quero muito acreditar que me compreendes para além do que digo, que compreendes aquilo que te digo sem que me ouças falar. Como acontece tantas vezes ao contrário: ouço-te sem te ouvir, sem falares, sinto-te ao pé de mim quando não estás, quando estás longe. Já se passou, em tempo real, muito tempo - mais semanas do que apenas dias, mais meses do que apenas semanas, mais anos do que meses – desde que estive contigo pela última vez depois de tanto tempo juntos. Mas sabes, o tempo real não tem sempre que contar. Podemos passar por cima dele, de vez em quando. Podemos passar por cima deles quando falamos de sentimentos, e de nós os dois.</div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-22582769375157848482012-03-22T20:23:00.000+00:002012-03-22T20:24:28.943+00:00<div style="text-align: center;">
<img src="http://24.media.tumblr.com/tumblr_lu20pbrAPj1r2t9vxo1_500.jpg" /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Quantas noites já te pedi, quase implorei, que viesses, que voltasses para mim, como eu estaria disposta a voltar para ti. A regressar, a voltar para um lugar de onde nunca saímos totalmente, porque podemos ter ido em direções completamente opostas, podemos viver agora em cidades desiguais, podemos respirar em sítios diferentes, mas respiramos o mesmo ar. Ainda respiramos o mesmo ar. Ainda respiramos da mesma maneira, como antes, como quando estávamos juntos, vivíamos na mesma cidade e respirávamos juntos, da mesma maneira, no mesmo sítio. E é em noites como a de hoje, em que me custa respirar, em qualquer que seja o sítio, com quem quer que seja, que eu te peço que venhas. Ligo-te, sem contar até três, sem pensar duas vezes, e mando-te mensagens, onde escrevo todas aquelas palavras que, em vez disso, ficam mais bonitas escritas. Ligo-te, deixo-te ouvir o silêncio, dás-me tempo para perceber o que se está a passar aí desse lado, nessa cidade, que não a minha, nesse corpo, que é o teu e está descolado do meu, longe do meu. Não tenho saudades tuas, nem tu minhas, que me digas, porque te ligo todas as noites para não as deixar entrar. Elas que esperem, que se cansem e deixem de existir. Estamos melhor assim do que com saudades um do outro, por mais que digam que as saudades podem ser boas, porque nos trazem até um passado bom, algo que valeu a pena. A mim é-me muito melhor saber que não és passado, és presente, e estás aqui, sem saudades, nítidas ou disfarçadas. Por isso ligo-te todas as noites, que é quando temos mais tempo. Ligo-te, digo-te boa noite e peço-te que venhas. Tu não podes vir, e eu sei, mas peço na mesma. Estamos longe, mas a ideia de te pedir isso traz-te para mais perto de mim e mesmo que não venhas eu não me importo de te trazer, de trazer o teu coração só para mais perto do meu. Estás a respirar aí o teu ar, não podes agora vir para aqui, para o pé de mim, para outra cidade, receber outras luzes e cheirar outros aromas e perfumes. Era importante se o fizesses, mas deixa. Não faz mal. Existem outras coisas. E é importante que fiques aí, a respirar, deixar-me ouvir o silêncio, a falar comigo e a tomar conta de mim, em todas estas noites, em que me é fácil fazer tudo e me é tão difícil respirar se não te tiver aqui, se não te sentir por perto.</div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-940968147409475832012-02-26T15:09:00.000+00:002012-03-04T11:02:10.896+00:00<div style="text-align: justify;">
estás sentado na esquina daquela rua e, entre um beijo e um abraço, um café e as páginas de um livro que vais desfolhando contra o vento, tentas encontrá-la. entre as pessoas que passam à tua frente, e aquelas que passeiam do outro lado da rua, entre os cheiros que te cativam e as vozes que te soam familiares, tentas encontrá-la. qualquer coisa que aconteça te faz pensar nela. não estavas a falar a sério quando disseste que ia ser fácil estar sem ela. tentaste ultrapassar. mas não conseguiste. hás-de conseguir. mas entretanto vais continuar a procurá-la em tudo o que mexe, respira, tem vida ou permanece intacto. não faz mal. é o amor sobre os lençóis da memória. quando os puxas para cima, ele vai para baixo porque está mais quentinho. quando os empurras para baixo, ele fica em cima da cama, ao de cima da tua memória. a tua memória é mais feita de coração do que racionalismo. tu não pensas que te vais sentar naquela esquina, naquela cadeira daquele café. tu não planeias isso. o teu coração dá-te a ideia e tu aceitas, aproveitas. e porque não? ela pode passar lá, podes vê-la, podes ir cumprimentá-la, beijar-lhe uma bochecha, e a outra, e podes ir sentir de novo o cheiro para que vive o teu coração. não é o das páginas do livro que estás a ler. podia ser, mas o dela é maior. não no tamanho, porque os cheiros não se conseguem medir, nem pesar. mas o cheiro dela é o maior, é maior e mais pesado do que qualquer outro dentro de ti. e porquê? tem todo o teu amor colado a ele e não se vai conseguir descolar. por isso o cheiro dela é grande. e tu nunca planeaste que o cheiro dela ia ser tão grande para ti, que ias gostar tanto dele, e dela, nem que ia ser tão importante ao ponto de cheirares todos os dias as peças de roupa e os cadernos que tens lá em casa e que lhe pertenciam. mas, mais uma vez, o teu coração começou a gostar do seu perfume, talvez se tenha apaixonado primeiro do que tu, deu-te a sugestão e tu aceitaste. às vezes é difícil não aceitarmos o que o nosso coração nos dá, o que ele nos diz, porque ele é grande, tem quase sempre razão e nós sabemos disso.</div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-81870689811224115242012-02-12T22:12:00.000+00:002012-02-12T22:12:41.189+00:00<div style="text-align: center;">
<img height="640" src="http://24.media.tumblr.com/tumblr_lyu4n6Obgs1qc38p1o1_500.jpg" width="398" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
Dizes-me bom dia, durante todo o dia se te esqueceres. Às vezes não te ouço. Perco-me a olhar para ti, a tentar perceber o que escondeste no olhar ao dizeres-me bom dia, e fico tempos sem fim a olhar para ti, porque tens tanto dentro de ti. Tens demasiado dentro de ti. Às vezes não te ouço, fico a pensar como cabe tanto dentro de uma pessoa só. E depois páro, olho só para ti mais uma vez, e percebo. Quando estás a falar comigo e eu estou só assim quieta a olhar para ti, estás a transferir o teu amor para mim, o teu carinho para que seja meu também, estás a dizer-me aquilo que queres e o que não queres, o que não gostas e o que adoras, aquilo que te apetece e aquilo que está completamente fora dos teus planos. Passamos tempos assim, em frente um do outro, para tentar perceber tudo. Para não deixar escapar nada entre os espaços das palavras e os intervalos que vão de um sorriso ao outro. Por mais tempo que estejamos assim e podemos parecer patéticos aos olhos dos outros, só nós sabemos que nos conhecemos tão bem por nos olharmos assim, por nos ouvirmos assim, por nos sentirmos desta maneira. Por nos sentirmos, um ao outro, sem nos tocarmos. Sentimo-nos sem nos tocar, gostamos um do outro sem saber porquê. Sabemos o que o outro não quer e o que quer. Sabemos-nos, conhecemo-nos. E afinal, o que é que queremos? Continuar a olhar um para o outro todas as manhãs e dizer <i>bom dia, meu amor</i>.</div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-73973741010755537652012-02-05T21:25:00.000+00:002012-03-04T11:11:28.502+00:00<div style="text-align: center;">
<img height="223" src="http://www.tumblr.com/photo/1280/goodnightalmostlover/17027137723/1/tumblr_lvmcr4AviQ1qc0125" width="400" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Baixo a cabeça e procuro por ti. Procuro encontrar-te nas páginas do caderno que seguro nas minhas mãos. Procuro encontrar os pedaços de ti, durante já muito tempo, tanto tempo, tenho deixado nelas. Um bocadinho de cada dia. Na dose certa e igual à que temos um do outro. Não estamos juntos todos os dias, nem a toda a hora. Combinamos ir beber café, passear pelo parque e, de vez em quando, quando passamos pelos senhores das flores e dos balões, tu ofereces-me um balão, ou uma flor. Combinamos ir a casa um do outro, ou até não subir, esperar que o outro desça, ficar cá em baixo, só a conversar. Às vezes sentamo-nos e demoramos tempos inteiros e nas outras vezes temos pressa e, na despedida, damos um beijinho muito rápido. Não é preciso respirar-te a cada minuto, quando tenho de ti toda a tua respiração nos momentos em que estamos juntos. Nunca fomos, e muito menos somos agora, um daqueles casais que se pegam e não despegam mais. Nunca precisei de prender-te, quando sempre te tive tão aqui. Prisões desencadeiam coisas más. Tu tens a tua liberdade, e eu tenho a minha. Não precisamos de mais nenhuma a não ser a que temos juntos. E é por isso que eu sei, que eu tenho a certeza, que se baixar a cabeça e olhar para este caderno, eu vou ter de novo o teu sorriso. Vou ter de novo a tua gargalhada e aquela flor que me ofereceste da primeira vez que fomos passear. Eu sei que te vou encontrar aqui, escrito nestas páginas, da mesma maneira que estás escrito em mim – sem prisões, sem pressões. Estás escrito aqui tal como és para mim. Livre. Bom. Puro. Fazes-me bem. Escrever-te nestas páginas, guardar cada respiração, cada silêncio, cada gracejo, cada gesto, cada palavra, faz-me bem. E acho que nem tem mal nenhum querer guardar-te assim. Talvez um dia te mostre tudo. Até lá vou respirar de novo cada palavra que me disseste ou te ouvi lançar ao ar, e vou encontrar-te em cada página quando mais tiver medo de te perder.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-14721408988961999792012-02-03T23:14:00.001+00:002012-02-03T23:15:02.045+00:00<div style="text-align: center;">
<img alt="boca-de-lis:
Oh Fran..
" height="640" src="http://www.tumblr.com/photo/1280/goodnightalmostlover/16315866804/1/tumblr_lxskcyUJuV1qzdiqv" width="430" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando chegares a casa vais encontrar esta folha de papel, já meio amachucada, em cima da mesa da cozinha, com este recado de mim para ti. Mesmo que venhas cansado, lê até ao fim. Eu sei que hoje é um dia como qualquer outro, mas quero que não te esqueças de que aquilo que vivo contigo, não viverei nem quererei viver com outra pessoa. Quando o mundo diminuiu consideravelmente, foste o único que conseguiu descer ao meu patamar e puxar-me para cima. Não no sentido literal, mas lá com uma história dos sentimentos que, mesmo que eu desconfie que tu já a conheças, um dia posso contar-ta outra vez. O amor renova-se. A amizade renova-se. Os laços renovam-se. Não podemos criá-los e deixá-los estar, não podemos amar e deixarmo-nos estar. Não podemos ter alguém connosco, e deixá-la estar, deixar que ela nos deixe estar. Os laços que criei contigo quando te conheci não são os mesmos que aqueles que nos ligam agora, não podiam ser. Acho que é muito importante irmos falando destas coisas, e eu sei que tu também gostas de quando temos conversas assim. Hoje vou para Lisboa a tarde inteira, só volto à noite. Tu chegas muito antes de mim. Não sei o que vais fazer hoje, provavelmente tens trabalho para fazer. Mas não te deites sem eu chegar. Se puder ser, eu quero que esperes por mim. Espera por mim, que vou trazer no bolso todas as luzes e silêncios de Lisboa, só porque gosto de ti.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-46964147792038763822012-01-30T22:29:00.000+00:002012-03-04T11:12:06.242+00:00<div style="text-align: center;">
<img height="400" src="http://29.media.tumblr.com/tumblr_lymqs5Gm4d1qe6psjo1_500.jpg" width="390" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O tempo passa e não vem ter contigo. Querias agarrá-lo, e não tens conseguido. Nem eu, porque se encontrasse o tempo, trazia-o comigo e dava-te um bocadinho do meu tempo para que tu tivesses mais tempo para ti. Eu sei como é não ter tempo. Eu sei como é ter o mundo inteiro dentro de um minuto que não é teu, e não o podes entregar a ninguém. Não sufocas, mas quase. E por isso devíamos ter sempre tempo para nós os dois, que chegasse para os dois. Os dias têm passado por ti, não em branco, mas quase. Tens sido feita de quases. Dói-te tudo, quando tens tempo para pensar no que te dói. Acordas cedo, deitas-te tarde. Almoças todos os dias em lugares diferentes, com pessoas diferentes. Sentes que te estás a perder. Não te percas. Não te podes perder. Tu és forte. Deixa de te preocupar com aquilo que não vale a pena. Há-de tudo voltar ao que tem de ser, ao que é. Mesmo que agora tenha mudado de estado, de forma, de cor. As coisas não são sempre as mesmas. Mudam-se as cores, as perguntas, a maneira de ver algo ou alguém. Eu sei que estás cansada, mas isto ainda não acabou e não podes perder-te agora. Nos pontos mais baixos dos teus dias, não esqueças de te lembrar que há quem esteja dia e noite contigo, mesmo que não o sintas ao teu lado. Eu estou sempre contigo, de uma cidade à outra, de um beijo a um abraço, de uma palavra no momento certo a um momento de silêncio para que descanses. Precisas de voltar a ter tempo, de o ter só para ti, de não o deixares fugir. Precisas de voltar a ser tu, precisas que a possibilidade de te perderes não seja uma possibilidade. Estás cansada, tens o coração e a cabeça cheia de perguntas, e às vezes o coração dói. Quase, lembras-te? Há, felizmente, pessoas que não deixam que essa dor seja inteira, que te acalmam o coração. Tens-me aqui. Depois da guerra, vem sentir o meu corpo deitado ao lado do teu, dar-me a mão, sentir os dedos entrelaçados uns nos outros como se tivessem vivido assim desde sempre. Depois dessa guerra interior que tens a acontecer dentro de ti, vem deitar-te comigo. Sem quases, sem medos, sem guerras interiores, eu prometo ajudar-te a agarrar o tempo, de novo.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-48109655328662710172012-01-20T22:34:00.001+00:002012-01-30T22:29:43.564+00:00<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<img height="640" src="http://30.media.tumblr.com/tumblr_lyf4p2nyEz1qk4uoxo1_400.jpg" width="426" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Faltam dez minutos, pensas. Para quê? Porquê? Pensas no que se faz em dez minutos, e é tanto, que te esqueces. Deixas de saber. O tempo parece tão pequeno, resumido em quatro dígitos. Não te esqueças também dos dois pontos entre eles. Quase que consigo ouvir-te aqui, sempre muito atento a todos os pormenores, sempre a querer saber tudo sobre tudo e nada. Tu ligas-te aos pormenores como os filhos às mães, como eu à fotografia, como os botões à camisa azul clara que encontras se abrires o teu guarda-roupa. Do lado esquerdo, como o coração. Dez minutos, foi tudo o que levou até te perder. Queria que este tempo que tenho agora em demasia te pudesse trazer de volta. E então esqueço-me do tempo que tenho, corro para tua casa, e em tantos minutos que talvez até sejam dez, chego ao pé de ti e digo-te que perdi e não sei perder-te. Dizes que não, que apenas precisei de ficar sem ti para depois perceber. Tudo. Do um ao 8, de mim a ti. E é por isto que dez minutos se podem perder se te tiver comigo. Vais esperar comigo. Conto-te que faltavam dez minutos quando decidi trocar o tempo por ti, voltar atrás, dar-te um beijo, receber outro, explicar que te quero de volta. De repente lembras-te e contas-me do teu gato que fugiu dias antes, porque por descuido tu deixaste a porta aberta. Tens mais do que dez minutos, volta atrás, fecha a porta. O gato não vai fugir. Eu não vou partir sem ti.</span></div>
</div>
</div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-70260704593402882922011-12-30T12:50:00.000+00:002012-03-04T11:12:37.847+00:00<div style="text-align: center;">
<img alt="hellanne:
(by ►i.Anton)
" height="266" src="http://28.media.tumblr.com/tumblr_lwadegNtzZ1qb5t88o1_500.jpg" width="400" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">De noite, vejo-te à janela. Olhas para o céu, para os semáforos. Vês as luzes. Ouves barulhos. Sentes o cheiro da roupa lavada estendida no andar de cima. Agarras no telemóvel. Não te esqueces de mim. Estou do outro lado da rua. Vejo-te, mas tu ainda não sabes. Escreves uma mensagem: <i>vem à janela ver a lua</i>. Acendo a luz, para dares por mim. Aceno-te. Sorrio-te. Estamos os dois a ver a lua. Algo tão simples como chamares-me para ver a lua, como se tivesses sido tu a colocá-la no céu minutos antes, só para eu ver, faz-me gostar tanto de ti.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Candara, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-63438758998027349922011-12-30T12:36:00.001+00:002011-12-30T12:51:37.076+00:00<div style="text-align: center;">
<img src="http://30.media.tumblr.com/tumblr_lwpf123PQ71qaf67lo1_500.jpg" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Adormecemos na praia e a manhã acorda-nos com gaivotas no céu, acordadas há muito mais tempo que nós, longe - numa realidade muito diferente da nossa. Elas são do céu, nós somos da terra. Elas voam, nós andamos. Elas têm uma liberdade que a nós nos transcende. Elas pertencem ao céu como nós pertencemos aqui. Adormecemos na praia e a manhã acorda-nos com uma brisa que te remexe os cabelos e vem até mim, até às minhas bochechas. E não tenhas medo, não esperes mais tempo por aquilo que tanto queres fazer. Há muito tempo que queria trazer-te aqui, falar contigo, adormecer contigo e acordar na manhã seguinte contigo aqui. Valeu a pena esperar, mas se o tivesse feito logo nos primeiros dias em que pensei nisso teria sido muito melhor. Tinha poupado tempo para o gastar mais tarde contigo. Entendes? Não esperes. Não tenhas medo. Não fiques aí à espera que a praia chegue até ti, quando és tu que tens o caminho traçado até lá. Não fiques à espera que sejam as gaivotas a vir ter contigo, quando elas estão tão presas ao céu delas, e à praia. Não tenhas medo, nem vergonha, nem outra coisa qualquer que possa fazer-te recuar, deixar de ser quem és, ter ideias que não as tuas, desistir porque sim. Eu ajudo-te. Dá-me só a mão e conta-me tudo. Diz-me que precisas de ajuda, se precisares de ajuda. Diz-me que queres ir beber café, se quiseres beber café. Diz-me. Diz-me tudo. Só estamos aqui os dois. Acabámos de acordar, estamos na praia, temos a areia colada aos nossos corpos mas não há aqui mais ninguém a não ser as gaivotas no céu.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-69780763587073377742011-12-24T14:17:00.001+00:002011-12-30T12:52:05.399+00:00<div style="text-align: center;">
<img src="http://25.media.tumblr.com/tumblr_lvjr9ldmTM1qhq59bo1_500.jpg" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O nosso amor tem crescido durante estes dias. Agora é maior do que no primeiro dia, e mais pequeno do que há-de ser daqui a outros dias, ou meses. Sinto-o a crescer, está maior, ocupa mais espaço. Das canecas de chá partilhadas em cima dos lençóis da nossa cama para os pequenos-almoços servidos na cama aos fins-de-semana. Dos “queres vir comigo?” para os “hoje vens comigo”. Porque o que cresce é o amor e o amor não são só as palavras, as transições de um gosto de ti, para um gosto muito de ti e eventualmente para um amo-te. O amor são os gestos. O amor é deixares de me perguntar se quero ir, para me garantires que já me incluis nos teus planos. O amor é isto, ou pelo menos o nosso amor é isto. E é este o amor que eu conheço melhor.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-39399912295328894902011-12-21T22:07:00.000+00:002011-12-30T12:52:13.462+00:00<div style="text-align: center;">
<img src="http://29.media.tumblr.com/tumblr_lwd9g7xM601r656h1o1_500.jpg" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No Outono, voltas para casa como as folhas começam a cair das árvores: sem avisar, sem que ninguém espere. Numa manhã em que o sol brilha, e não está vento, nem frio, eu acordo com o som da campainha. Desço, e és tu. Penso que posso guardar bem guardada a carta que te tinha escrito na noite anterior, porque agora estavas ali – para me roubar todos estes pensamentos e outros três beijos. Dizes-me bom dia, dizes-me que voltaste e a seguir puxas-me para ti. Tive saudades tuas, sim. Senti-te a falta todas as manhãs iguais a esta manhã de Outono – precisei de ti para me beijares, para me abraçares, para me dizeres que o café já estava feito e me garantires que tudo ficaria bem mesmo que lá fora o céu estivesse negro. Senti-te a falta porque me acalmas como mais ninguém o consegue fazer, porque preenches todo o espaço de silêncio que existe cá em casa, porque ocupas o sítio de tudo, e porque me fazes nem querer, nem precisar de arranjar espaços extra para o que quer que seja. Entras para dentro de casa e depressa as coisas tomam o seu rumo normal – como se nunca tivesses deixado esta casa, como se nunca tivesses saído daqui. E talvez nunca tenhas saído, porque quis sempre manter-te cá e fiz de tudo para o conseguir. Na manhã em que te foste embora, uma manhã muito diferente desta, estava calor. Muito calor. E quando a porta bateu atrás de ti fui para o quarto escrever. Passei-te, a ti e às saudades certas que eu ainda não sentia, para as folhas de papel do meu caderno cor de vinho. Passei-te para lá, depressa, para te guardar bem, lá dentro, tão bem para que nunca mais conseguisses fugir, para que ficasses sempre lá e não me fizesses sentir-te a tua falta. Mas senti na mesma. Há coisas que não voltam pelo papel, não voltam se as escrevermos. Escrevê-las apenas nos permite que elas fiquem lá, escritas, quem sabe para sempre. A tua presença constante, a tua ajuda, a tua ternura, o teu amor não cabe no papel. O nosso amor não cabe no papel. As folhas de papel são demasiado finas para que caibamos lá dentro. Somos tão cheios, demasiado cheios um do outro para caber nos intervalos de uma página para outra. O nosso amor cabe dentro de nós, onde pertence, e o nosso amor pertence a esta casa numa manhã de Outono, em que cheira a café e se ouvem as nossas vozes mas se consegue distinguir a minha voz da tua.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-55509373457215558622011-12-20T11:48:00.002+00:002011-12-30T12:52:22.339+00:00<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<img src="http://24.media.tumblr.com/tumblr_lw7ao9z1Zf1qch30go1_500.jpg" />
</div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Venho à janela fumar um cigarro e olhar para a rua, inteira, cheia de carros, mas que nem assim se desmancha. Venho à janela ver o mundo a correr, de cigarro na mão. As luzes acabaram de aparecer, a noite acabou de cair. Dentro de casa é noite há muito tempo. Sentamo-nos os dois, ao lado um do outro no sofá. Passas a tigela com as pipocas para mim, e eu devolvo-tas logo a seguir. Não dizemos nada. Prometemos silêncio, mas essa promessa tomou um rumo que eu não queria e tu não planeavas. Passou a existir demasiado silêncio neste espaço que vai de mim a ti, e te traz para mim. Passei a procurar por ti e a encontrar apenas uma coisa: silêncio. Não vais entender se te disser que não entendo isto. Falo, mas não te ouço. Quero ouvir-te, e tu não falas. E como silêncio mais silêncio, silêncio terá que dar, levanto-me. Toco-te ao de leve, mas não espero nada. Nem espero que me chames, que me sintas a falta. Venho à janela porque também me faz falta libertar-me de ti, prender-me só depois, mais tarde, e ficar a ver as luzes aparecerem e desaparecem e a noite a chegar e a ir-se embora, com um cigarro na mão.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-69898648118948189052011-12-11T14:20:00.001+00:002011-12-30T12:53:36.098+00:00<div style="text-align: center;">
<img src="http://24.media.tumblr.com/tumblr_luru6oX41J1ql4n1go1_500.jpg" /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Gostava
de te levar a passear. Gostava que conhecesses a minha cidade como eu já te
conheço a ti. Gostava de te dizer <i>vira a
direita</i>, <i>não vás por aí</i>, ou <i>quando chegares ao final da rua espera por
mim</i> – porque fiquei com os olhos perdidos em algo que até me fez pegar na
máquina fotográfica. Indicar-te, depois, onde é o café a que eu gosto mais de
ir. Onde é a esplanada a que eu fui no verão, com os corações mais bonitos que
tenho. E sabes quem são? Não sabes, e também gostava que soubesses, gostava que
os conhecesses. Mas eu sei. Eu sei que num dia que não hoje mas breve tu os
vais conhecer a todos. Gostava de te explicar que a minha vida é o meu
dia-a-dia. É nele que encaixo tudo. É a rotina dos meus dias que não existe. As
pessoas a quem digo bom dia, boa tarde e boa noite e também aquelas por quem
passo sem falar. A minha vida é uma vírgula que me esqueci de mencionar, um
ponto final que eu não quis colocar. São espaços abertos e livres para quem os
quiser abraçar. A minha vida é isto tudo, mesmo que às vezes não se diga nada.
Podia ser um caderno aberto, à beira-mar, em cima de uma rocha firme que não o
deixaria cair. Vinha o vento, abria-o e remexia-lhe as folhas. Todas. Uma por
uma. Cada dia da minha vida. Mas a minha vida não tem de ser um segredo para
ninguém e, se vieres hoje, eu não me importo. Até faço questão. Se vieres hoje,
se deixares que hoje te leve a passear, eu não me vou importar de dizer a toda
a gente o quanto eu gosto de te ter, de te abraçar. Anda. Vou contar a toda a
gente quem são os corações de que falei, os sítios onde vou, o que gosto e o
que não gosto, as pessoas que apenas conheço de vista mas que mexem comigo por
uns simples olhos bonitos, por um simples sorriso num momento em que eu não
esperava, e aquelas que eu tenho ao meu lado todos os dias mas as nossas
ligações são pequenos fios de lã. Desgastados. Velhos. Frágeis. Prestes a
partir. Vou contar a toda a gente as vezes que choro sem chorar, e as que grito
sem gritar. Vou contar a toda a gente as gargalhadas que dou e os sorrisos que
ofereço. Mas, primeiro, vou dar-te a mão e levar-te a passear.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-41985483590761419662011-12-08T22:25:00.001+00:002011-12-30T12:53:45.610+00:00<div style="text-align: center;">
<img alt="cavum:
(by kristineee)
" src="http://25.media.tumblr.com/tumblr_luiwm3C9Pn1qf1gz5o1_500.jpg" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A minha vida começou no dia em que te vi deslizar pela Rua Augusta. Ias tão leve. Era de noite, mas eu consegui ver-te tão bem. O céu estava escuro, mas da cidade emanavam luzes de todos os pontos. À medida que andavas, as luzes mudavam sobre ti. Pontos vermelhos, cor-de-laranja, azuis, brancos e verdes. De todas as cores. Mas tu eras só um, apenas um. Passaram-se anos dentro de nós os dois desde o nosso primeiro encontro. Lisboa juntou-nos sem saber que, depois de tanto tempo, estamos aqui. Dentro desta casa, que agora é só nossa. De mãos estendidas um para o outro, sem que as puxemos para trás quando as outras se aproximam. Seguras as minhas mãos com as tuas, e sinto-as frias. Seguras nas tuas mãos as alegrias da minha vida inteira, sem sequer saberes, sem sequer perceberes. Nunca te disse, porque não havia necessidade. Há certas coisas que não precisamos de dizer quando nos damos tanto a alguém. Coisas que não precisamos de perguntar, de querer saber, de arranjar este e aquele problema. Há coisas que temos que resguardar das palavras, para mostrar em sorrisos, olhares, abraços. Não tens que saber, que ouvir da minha boca, que os meus dias começaram a fazer mais sentido depois teres aparecido porque, de uma maneira ou de outra, eu digo-te isso em todas as vezes que te surpreendo ao final de um dia cansativo. Digo-te isso quando canto baixinho para ti, de manhã ou à noite. Digo-te isso quando me preocupo contigo e quero o teu bem, tanto como quero o meu. Percebes? Gostar de ti não é dizer-te tudo, apresentar-te folhas e folhas de texto para te explicar o que é isto de gostar de ti, o que é isto de te ter aqui. Gostar de ti é oferecer às tuas mãos a possibilidade de agarrar a minha vida inteira.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-68847852529894262282011-11-27T22:09:00.001+00:002011-12-30T12:54:22.551+00:00<div style="text-align: center;">
<img alt="dancingindians:
untitled by Carlotta Hunger on Flickr.
" height="278" src="http://www.tumblr.com/photo/1280/13414093263/1/tumblr_lvbrythMnU1qcw5sa" width="400" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Passas à minha frente. Olhas para mim. Páras para me dizer bom dia e me beijares duas vezes, um beijo em cada bochecha. Divides-te. Divides o teu carinho por todas as partes de mim, e de ti também. Porque o teu amor não é só meu, nem só teu. Assim como o meu também te pertence, e me pertence. Sorris-me, e dizes-me “até já”. Acho que houve amor no até já e nos beijinhos que trocámos. Amor? Sim, amor. E o que é o amor? Se calhar este amor que sinto por ti agora é diferente de outro amor que outrora conheci. Acho que os amores são todos diferentes, porque as pessoas são diferentes. E tu podes ser simpático, como outras pessoas são. E bonito, como outras pessoas não deixam de ser. Podes rir-te, e fazer-me rir logo a seguir, apenas por te teres rido. Podes fazer-me lembrar de alguém, mas há sempre qualquer coisa. Ninguém me dá os beijinhos que tu dás, ninguém me sorri da maneira que tu o fazes. Porque a boca é a tua, os beijinhos são os teus, o sorriso é o teu, e o carinho é nosso. Nos dias em que não te vejo, sinto-te a falta. Mas pouca, porque falo de ti, porque te sinto. Aqui. Acho que estou sempre a falar de ti, mesmo que não diga nada.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-91091579374064873262011-11-19T23:41:00.001+00:002011-12-30T12:54:33.657+00:00<div style="text-align: center;">
<img alt="hellanne:
(by elizabethmahoney)
" src="http://25.media.tumblr.com/tumblr_lugmblU8sb1qb5t88o1_500.jpg" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vem fazer-me adormecer, mesmo que não seja de noite. Vem acordar-me, mesmo que ainda não seja de manhã. Mesmo que sejam três, quatro ou cinco da tarde. Vem fazer-me perceber, vem perceber comigo, que as horas não são coisas quando estás aqui, as horas não existem quando estás aqui. Vem perceber que adormecer contigo ao meu lado é acordar para algo, para um amor que já existe, mas para um mundo que ainda tem de ser inventado.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-38571913931607732292011-11-19T23:39:00.001+00:002011-12-30T12:54:45.257+00:00<div style="text-align: center;">
<img alt="
Qualquer um se apaixona por atitudes inesperadas, sorrisos verdadeiros e palavras sinceras. ∞
" src="http://27.media.tumblr.com/tumblr_lsk67aqVcs1qg7z4yo1_500.jpg" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Isto é tudo tão grande, e estamos aqui os dois. Num pedaço tão pequenino de terra que nos parece gigante. Poderia ter-me perdido em Lisboa, para lá de Lisboa, ou aqui perto de casa. Poderias ter ficado onde estavas no princípio. Mas, ao mesmo tempo, não podias. Sabes porquê? O sol beijou o mar, as nuvens abraçaram-se e não choveu, para nos encontrarmos. Apenas nos encontrarmos. Como duas pessoas se encontram num café ao final da tarde, ou se encontram na pastelaria de manhã bem cedo. Como duas pessoas que se encontram, por acaso. Completamente por acaso, porque não se conhecem, não sabem nada de si. Só descobrem depois. Com o tempo, com o espaço e com a vontade. O tempo que tens para conhecer alguém é infinito. Há sempre algo novo, sempre algo que ainda te vai fazer rir ou chorar, querer saber mais ou parar por aí. Senta-te aí, deixa-me ouvir-te falar de ti. Conta-me o que quiseres. Eu sento-me aqui contigo, para te ouvir, para te deixar falar. Para me dizeres o que quiseres, para me contares tudo o que até aqui guardaste apenas para ti. Conta-me a que horas acordaste nesse dia, que relação tens com a tua mãe, com quem passas mais tempo agora que te vejo poucas vezes. Conta-me que música ouves, e canta para mim. Diz-me algo que eu ainda não saiba. Algo que eu ainda não sei. Isto é tudo tão grande. Dir-te-ei o que me perguntares, depois. Houve algo, gosto eu de acreditar, que nos trouxe aqui esta noite. Há-de haver uma razão para estar aqui contigo, e não estar com outra pessoa qualquer. As razões nem sempre são as melhores, nem sempre têm de o ser, têm apenas de ser verdade. Tem de ser verdade isto que existe entre este bocadinho de ti e o outro bocadinho de ti, entre aquele bocadinho de mim e o outro pedaço de mim. Temos de ser verdade. Porque se se for embora a verdade, vamos ser instantes de mentira? Vamos ser uma mentira? Vamos ser uma menos verdade? Vamos ser quem? Deixamos de ser nós, se não for verdade.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-5510739616623680752011-11-13T22:31:00.001+00:002011-12-30T12:54:59.879+00:00<div style="text-align: center;">
<img height="270" src="http://www.tumblr.com/photo/1280/12516339722/1/tumblr_lu8w3w3Wpm1qcf42s" width="400" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que nos liga é isto. É isto que te traz até mim, me leva até ti. É isto que me dá o que tu és, que te dá o que eu sou. Somos nós. Eu e tu. Dois corações, dois sopros, dois sentidos distintos: vais para a esquerda e eu para a direita. És tu e sou eu. Dois abraços, dois braços, duas cabeças, dois beijinhos e dois quilómetros de paciência e cumplicidade. E é isto: somos isto. Isto que me faz querer-te bem, que te faz tomar conta de mim. isto que é amizade, que é amor, que é paciência, cumplicidade, respeito, carinho, entrega, dedicação. É isto: dedicar-me a ti e deixar que te dediques a mim. Dedicarmo-nos um ao outro. Como? Dando tudo. Tudo o que nos é possível. Tudo o que somos nós. Isto: nós. Isto: amor. Isto: dias e dias inteiros.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-25215695700712453892011-11-06T22:16:00.000+00:002011-12-30T12:55:11.317+00:00<div style="text-align: center;">
<img src="http://30.media.tumblr.com/tumblr_l8s40qIN6n1qbs2c7o1_500.jpg" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Começámos ontem, começamos hoje e amanhã havemos de reinventar as nossas maneiras inteiras de começar. Estamos sempre a começar. E para algo que começa, é preciso que outro algo acabe. E acaba. Acaba uma coisa má para nascer uma coisa boa. Acaba um beijinho no pescoço, para nascerem dois beijinhos na testa. Morre apenas o carinho, nasce o respeito. Tem que acabar constantemente algo, para que comece mais alguma coisa, e se renove. Para que o amor se renove, porque ele também precisa. A mudança no amor é necessária. O amor não é sempre o mesmo. Nunca fica quieto, mexe-se sempre. Nunca o sentiste mexer? E então quando me beijas? E então quando me afagas o cabelo antes de adormecermos? E então quando tiras café para mim e me trazes à sala? E então quando me levas ao cinema? É isso: o amor a mexer-se. A cada vez que me dás beijinhos, me levas a sair, me levas à esplanada perto da tua casa, me levas a visitar os teus pais, me ofereces flores, me dizes que sim. É isso mesmo. É apenas o amor a mexer-se. E ele nunca pára quieto, porque até no silêncio ele rodopia trinta vezes sem parar. Até quando não falamos, o amor senta-se ao nosso lado e espera uma reacção. Anda de um lado para o outro à espera que digamos algo: um sim, um não, um talvez ou um beijinho. O amor espera pelos beijinhos. Espera pelas mãos dadas, pelos sorrisos, pela entrega, pelo respeito, pelo tempo. O amor espera. Quando planeavas apanhar o comboio das 7, mas afinal só conseguiste apanhar o das 7h28, o amor esperou e eu esperei com ele. Quando ainda questionavas se eu gostava realmente de ti, se me deverias dar um beijinho e contar-me. Quando tiveste mil e uma dúvidas sem sequer uma única resposta, o amor esperou. Por ti. Esperou que o teu comboio chegasse, que te decidisses a contar-me, que obtivesses todas essas respostas que te faltavam. O amor espera sempre, pode demorar, mas depois ele vem. Não deixa de esperar, às vezes só se cansa um bocadinho. Nessas vezes, teremos que ser nós a esperar por ele. Quietinhos. Ou então não.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-83787717956729359912011-10-30T21:28:00.000+00:002011-12-30T12:55:30.419+00:00<div style="text-align: center;">
<img src="http://27.media.tumblr.com/tumblr_ltm487G0Ce1qzi9p6o1_500.jpg" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Fazes promessas, cruzas o teu mindinho com o mindinho dele, mas a seguir fechas a mão. Cerras a mão, como se necessitasses disso para viver, e esqueces. Esqueces a promessa que fizeste. Evapora-se pelos teus poros da mão fechada, e acaba por desaparecer de lá. De todo o lado. Esqueces-te que <i>as promessas não foram feitas para serem quebradas</i> nem esquecidas, nem fechadas dentro de uma mão. Por isso, não me prometas que amanhã vais estar cá, se sabes que o comboio parte às dez e cinquenta e três e tu vais com ele. Não preciso mais que me faças promessas para eu ficar feliz, preciso que me prometas apenas aquilo que consigas cumprir. Não digo que o fizesses por mal. Prometias-me aquilo que sabias que me ia fazer feliz, de alguma maneira. E isso chegou. Chegou enquanto o sol brilhou e me aqueceu. Nos dias em que não vinhas, a tua falta foi compensada pelo calor do sol, do céu e da brisa quente que me batia no pescoço em dias que apanhava o cabelo. Mas agora não chega. O frio já se faz sentir, e não consegue suportar a tua ausência. E talvez o calor também nunca tenha conseguido, mas eu precisava muito de ti e queria acreditar que o que me dizias era verdade. No fundo, talvez me fosse só uma desculpa útil. Agora não preciso mais de fingir. Não quero mais fingir, nem fugir. Vou ficar aqui, receber-te de braços abertos sempre que vieres, mas não vou sofrer se demorares. Vou aceitar que demoras, como o autocarro demora a chegar, como um bebé demora a nascer. Vou aceitar que demoras, porque temos que esperar. Temos que esperar um pelo outro, de noite e dia. Vou aceitar que demoras e fazer-te ver, quando regressares, que talvez um dia sejas tu a esperar por mim. Ensinar-te que nesse dia eu vou querer que esperes por mim como eu espero por ti. Mas chega de promessas vazias. Diz-me apenas que me ligas, ou me dás um beijinho todas as manhãs. Mesmo que não estejas ao meu lado, eu vou conseguir sentir. Não me prometas o mundo, quando ainda nem abrimos a porta para sair de casa.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-34628896799500645942011-10-23T22:11:00.001+01:002011-12-30T12:55:42.110+00:00<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><img alt="lemonbars:
come with me (by red biplane)
" src="http://25.media.tumblr.com/tumblr_lteh7qxUth1qh45rso1_500.jpg" /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não me digas que te esqueceste. Eu ainda tenho o teu cheiro ainda tão colado ao meu, e o teu tom de voz ainda está tão dentro dos meus ouvidos. Ainda te ouço, às vezes, mesmo quando não estás cá, nem perto. Costumavas dizer que um ouvido é para o que se ouve realmente, que acontece naquele momento, e o outro fica guardado para os sons que ficaram, na nossa memória, no nosso coração, de um tempo que foi e não volta mais. Um ouvido é da realidade, o outro da saudade. É para isso que temos dois, disseste-me tu, um dia, antes de te levantares do sofá e ires cantar para a cozinha. Gostavas de te sentar sobre o lençol branco que cobria o sofá, com as pernas para o lado, levantares-te a seguir e passeares pela casa a cantarolar o que for. Não é preciso uma grande música para que tu cantes, assim como nunca foi preciso muito para me fazeres sorrir. O meu sorriso encontrava em ti tudo aquilo que um dia eu me esqueci de guardar. Trouxeste-me isso, de volta. Trouxeste-me tanta coisa de volta, e é por isso que o teu cheiro ainda está tão dentro de mim. Ainda estás dentro de mim, tu. Tu todo, tu inteiro. Dos olhos aos pés. Da tua boca colada à minha. Não me digas que te esqueceste, não esqueceste, pois não? Disseste que não te ias esquecer de mim, mesmo se morássemos um em cada ponta do mundo. E eu guardo isso, tal como a teoria dos ouvidos, até hoje – e é também por isso que ainda te ouço aqui agora: mesmo que estejas a quilómetros e quilómetros de distância, o meu ouvido da saudade traz-te sempre até mim.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-3506397459127969069.post-68825155614722458732011-10-22T23:42:00.001+01:002011-12-30T12:55:56.551+00:00<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7EFgy-yB14-IczJlKGMRzlsYoZjZRPUHEe_S_yM2wkM1mNcWJ8H3B3ekDESzDPLEeeWONUbU2HGY_0d2dgdTQyz9Qx6UAyT8iV0zBOklb3blHvKlhIewrIbAG9uaqjxLUmSZEeIQ49elQ/s1600/319988_2126647638451_1013716431_32030024_7346234_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7EFgy-yB14-IczJlKGMRzlsYoZjZRPUHEe_S_yM2wkM1mNcWJ8H3B3ekDESzDPLEeeWONUbU2HGY_0d2dgdTQyz9Qx6UAyT8iV0zBOklb3blHvKlhIewrIbAG9uaqjxLUmSZEeIQ49elQ/s1600/319988_2126647638451_1013716431_32030024_7346234_n.jpg" /></a></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">E é por isso que preciso de ir, é por isso que quando leres isto eu já terei ido. Hoje não percebes, mas talvez amanhã compreendas. Não me esqueças, que te levarei sempre na memória possível de quem nunca se esquece. Preciso de ir, de me perder. De deixar de saber de mim. De me sentir à mercê do vento, da chuva, e do destino. Até do destino, de quem nunca me senti à mercê. Agora preciso disso. Preciso que ele tenha alguma força sobre mim. Sair de mim. Deixar de saber como me chamo, a que cheiro, a que sabe uma pessoa como eu, quantos anos tenho. Sim, de me perder. Achas sempre que não estou a falar a sério, mas quero perder-me. Perco-me imensas vezes durante uma semana, durante um mês. Mas agora vou perder-me para não me encontrar. Tu, sim, só tu. Vou perder-me para me encontrares, e trazeres de volta todos os cheiros e sabores que o destino me resolveu roubar para te dar a ti. Desta vez é diferente. Vou perder-me para sempre, nas ruas de uma cidade que não existe, até me encontrares. E não podes demorar. Existem tempos limite. Para tudo. Mesmo que ainda não tenhas descoberto, eu já descobri. Não demores. Não te percas também. Tens de me encontrar. Traz-me de volta. Peço-te que me tragas de volta antes que se sinta o frio, se precise do quente da lareira, se sinta o cheiro quente da lenha que arde. Peço-te que me tragas de volta antes que tudo isto aconteça, para que eu não tenha de dizer: o Inverno já chegou e eu ainda aqui estou.</span></div>inêshttp://www.blogger.com/profile/12999876347613581662noreply@blogger.com11